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Finanças sustentáveis: como preparar e planear uma reforma eficaz

Finanças sustentáveis: como preparar e planear uma reforma eficaz

A entrada na reforma é um momento que pode causar muito stress, angústia e até levar à depressão. É essencial planear e ajustar expetativas.


Publicado em 27 de Outubro de 2023 às 17:13
Por Grupo Ageas Portugal

Todos nos dizem que devemos estar preparados financeiramente para entrar na fase da reforma, mas ninguém nos alerta de que também precisamos de estar prontos psicologicamente. Em média, vamos passar um terço das nossas vidas na reforma. Por isso, é fundamental abrir espaço para o diálogo e a discussão sobre este assunto. É importante estarmos cientes do facto de que essa será uma fase com alterações significativas e vários desafios, e com consequências psicológicas. 

Esse processo é muito bem explicado por Riley Moynes, consultor financeiro e autor do bestseller “The Four Phases of Retirement: What to Expect When Your’re Retiring”. Segundo o orador de vários workshops reconhecidos mundialmente, existem quatro fases distintas pelas quais a maioria de nós tem de passar na reforma (e nem sempre é uma jornada linear). A primeira fase é a do lazer, em que nos levantamos “quando queremos e fazemos o que queremos, sem rotinas”. Esta normalmente dura apenas cerca de um ano, altura em que nos começamos a sentir um pouco entediados e com saudades das rotinas. Então passamos para a fase dois, uma fase em que nos sentimos perdidos. “Perdemos a rotina, o sentido de identidade, as relações que estabelecemos no trabalho, o sentido de propósito e perdemos o poder.” É normal sentir medo, ansiedade e mesmo depressão. Mas, também nesta fase, chegará um momento em que dizemos para nós próprios que “não podemos continuar assim, representando este momento, a viragem para a fase três, uma fase de tentativas e erros”. Nesta fase perguntamo-nos “Como poderei ter uma vida que faça sentido? Como posso contribuir?”. A solução, diz Riley Moynes, “é fazer coisas que gostamos de fazer e que fazemos bem”. E mesmo não sendo sempre bem-sucedidos, “é bom continuar a tentar e a experimentar diferentes atividades”. Por fim, e segundo o autor, “nem todos chegam à fase quatro, mas os que conseguem são as pessoas mais felizes que conheço”, sendo esta “uma fase em que nos podemos reinventar, mas também envolver, fazer questões difíceis, como ‘Qual é o meu propósito aqui?’”. E, na sua experiência, “quase sempre implica servir os outros, ajudando uma associação de caridade, fazendo voluntariado, ensinando aos outros qualquer coisa que saibam, seja a pintar, a organizar a contabilidade, a cantar, tocar viola, a jogar xadrez ou a arranjar bicicletas, e fazê-lo na comunidade”. Como destaca Riley Moynes, “na fase quatro, todas as perdas podem ser recuperadas”.

Qual a importância de poupar para a reforma? 

Por outro lado, é também essencial que não haja surpresas financeiras quando chegar o momento em que paramos de trabalhar. Atualmente, a esperança média de vida em Portugal é de 81,5 anos, o que indica que o tempo em que estaremos reformados pode durar entre 20 e 30 anos! E, se viver por mais tempo traz, naturalmente, aspetos positivos, implica também a necessidade de uma planificação eficiente para a reforma, com vista ao seu bem-estar futuro. Isso significa que poderá precisar de constituir um “pé-de-meia” suficiente para garantir que mantém a qualidade de vida.  No passado, existia a expetativa de que o sistema público de pensões cobrisse todos os seus gastos na reforma; infelizmente, esse princípio atualmente já não parece ser válido, consequentemente deve ser proativo e ser independente da Segurança Social. De modo geral, deverá considerar que o valor pago pela Segurança Social represente entre 40% e 50% das suas necessidades futuras, sendo que o restante deverá ser complementado com as suas poupanças, ou seja, entre 40% e 50%. É igualmente crucial que não fique dependente de outras pessoas, tendo em mente que uma das maiores heranças que pode deixar à sua família, no futuro, é alcançar a sua liberdade financeira, livrando-a desse fardo. Por fim, estar devidamente preparado financeiramente para o futuro pode permitir-lhe reformar-se sem preocupações e concentrar-se nas coisas que mais aprecia fazer.

Para criar um plano de reforma eficaz, é fundamental: